quinta-feira, 17 de abril de 2014

Liberdade de expressão e ética jornalística: responsabilidade social junto à sociedade


Falar sobre liberdade de imprensa no Brasil sempre foi algo polêmico, principalmente quando se relembra os tempos da ditadura militar e outros marcos da história política do país. Liberdade de expressão é a garantia assegurada a qualquer indivíduo de se manifestar, buscar e receber ideias e informações com ou sem intervenção de terceiros por meio da linguagem oral, escrita, artística ou qualquer outro meio de comunicação. O princípio de tal liberdade deve ser protegido pela constituição de uma democracia.

Há 30 anos se respira a liberdade de expressão, mas a Organização Não Governamental Americana Freedom House coloca o Brasil na 91ª colocação, dentre 197 países democráticos do planeta. A entidade mede o nível de liberdade e de independência editorial, apreciado pela imprensa em todas as nações. A ONG considera que temos uma democracia vibrante, parcialmente livre e com fortes garantias constitucionais de liberdade de expressão, mas na escala ficamos com 44 pontos, em 2012.

O primeiro lugar ficou com a Finlândia. Já os Estados Unidos, que é reconhecido como a democracia mais sólida do mundo, ficou na 24° posição.


A liberdade camuflada no Brasil

De acordo com a entidade respeitada mundialmente, o Brasil sofre com altos índices de violência contra os formadores de opinião. Os relatos e as publicações sobre corrupção no país, tráfico de drogas, estão cada vez mais mexendo com o cenário político e a liberdade de imprensa.

A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou o agravamento da ameaça à liberdade de expressão no Brasil, que classificou de dramático, segundo matéria publicada no portal O GLOBO, no último dia 7. De acordo com a matéria, o relatório final de sua Reunião de Meio de Ano, que reuniu mais de 200 jornalistas da região em Barbados, o órgão contabilizou a ocorrência de 11 assassinatos de profissionais de veículos de comunicação no país nos últimos seis meses, sendo que em quatro dos casos há “fortes evidências de que foram provocados pelo exercício do jornalismo”. Nos mesmos seis meses entre outubro de 2012 e começo de março de 2013, ocorreram dois assassinatos de jornalistas.

Em 2011, três jornalistas foram assassinados no Brasil, segundo o site da Freedom House. O Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) denuncia inúmeros casos de violência, não só aos jornalistas, mas também aos profissionais da comunicação como um todo.

Principais casos de violência contra jornalistas

Em 11 de junho do ano passado, o diretor do jornal brasileiro Hora H foi brutalmente morto, baleado 44 vezes, por quatro homens encapuzados, em Nova Iguaçu, subúrbio do Rio de Janeiro. A morte de JoséRoberto Ornelas de Lemos, segundo a organização, é mais uma evidência de uma tendência alarmante de perseguição e ataques contra jornalistas no país. Segundo eles ainda, quatro jornalistas foram mortos no Brasil em 2012, o quarto maior número no mundo.

Ainda no início de 2013, um radialista em Jaguaribe - Ceará, Mafaldo Bezerra Góis, foi morto a tiros depois de condenar as atividades de grupos criminosos locais e traficantes de drogas.

Liberdade de expressão nas manifestações populares

Desde o ano passado, o Brasil viveu e ainda vive aos poucos, um momento de revolução interna, com manifestações em diversas capitais e cidades do interior. Os protestos inicialmente causados pelo aumento do valor das passagens, no transporte público, ganhou corpo e despertou alguns setores da população que ainda reclamam por melhores serviços públicos, como educação e saúde. Os protestos levaram mais de 1 milhão de pessoas para as ruas, evidenciando o despreparo das entidades de segurança pública para lidar com multidões.
Nana Queiroz ficou conhecida após criar movimento na internetReprodução / Facebook

Recentemente, outro tema gerou protestos pelas redes sociais. Pesquisa realizada pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) registra que 58,5% dos entrevistados afirmam que comportamento feminino influencia estupros. A pesquisa, que admitiu erro na ultima semana, causou uma onda de protestos com o tema “Eu não mereço ser estuprada” que ganhou adeptos em todo o país.




Liberdade e o limite da ética

Ataques a jornalistas durantes as manifestações 2013
Foto: 
http://umhistoriador.wordpress.com/
Esta onda de protestos que se alastram pelo Brasil tem promovido vários debates entre a população. Um deles engloba o cenário da comunicação, especificamente o jornalismo e seu papel de atuação durante este período. Temas como ética e sensacionalismo começam a ser analisados pelo público que passa a atentar a forma que os meios de comunicação de massa estão tratando os valores éticos para compor suas reportagens.

A presença do tom sensacionalista na cobertura de algumas matérias é uma das críticas mais recorrentes, e que certamente não é novidade para os profissionais e estudiosos da área. A tentativa de se obter pontos de audiência diante o sofrimento do outro muitas vezes ignora o seu objetivo mais importante para simplesmente focar naquilo que “vende”. Dentro do contexto de tragédias, as mais recentes foram a grande atenção dada aos atos cometidos por vândalos durante os protestos pelo transporte público, a morte da menina Isabela Nardoni, arremessada cruelmente pela janela e a morte da adolescente Eloá Pimentel, sequestrada e assassinada pelo ex-namorado.

Programas rotulados “jornalísticos” tem sua programação destorcida do foco da imparcialidade, levando a opinião no uso do sensacionalismo em busca do entretenimento e da liderança por pontos de audiência, tornando o sofrimento do individuo a distração de alguns durante exibição do programa.

De acordo com o código de ética do jornalismo brasileiro, disponível no site da FENAJ, “o compromisso fundamental do jornalista é com a verdade no relato dos fatos, deve pautar seu trabalho na precisa apuração dos acontecimentos e na sua correta divulgação”. Além disso, o artigo 11º complementa: “O jornalista não pode divulgar informações [...] de caráter mórbido, sensacionalista ou contrário aos valores humanos, especialmente em cobertura de crimes e acidentes”.

“Pois depreende-se que da verdade derivem outros elementos essenciais à prática profissional contemplados pelo Código de Ética como a objetividade, a clareza, a liberdade de expressão, a informação precisa e correta, o acesso à informação pública, a real ocorrência dos fatos, o interesse social e coletivo, a obrigação social, a oposição ao arbítrio, ao autoritarismo e à opressão, o combate a todas as formas de corrupção, a manifestação de opiniões divergentes.”. Trecho retirado do livro Ética no Jornalismo, da autora Luciene Tófoli..

Estas determinações, contida no site da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), são impostas numa tentativa de conscientizar a atividade jornalística, que pressupõe o conhecimento de ideias como a liberdade de imprensa e o direito a informação para que seus atos não acarretem consequências devastadoras para os envolvidos. É preciso estabelecer uma linha tênue entre os limites do furo de reportagem e o respeito ao cidadão.

Texto: Jônatas Willemen, Walkiria Souza


Casos pela web

Professor da UFRPE gera polêmica com comentários considerados homofóbicos:


Professora universitária causa polêmica com discriminação no Facebook


Usuária faz campanha contra nordestinos no Twitter e causa revolta na rede social


Mayara Petruso ataca nordestinos na web e escritório de advocacia lamenta  postura de ex-estagiária http://noticias.r7.com/brasil/noticias/escritorio-lamenta-ataques-de-ex-estagiaria-contra-nordestinos-na-web-20101103.html


Página "Ter opinião não é homofobia" diz proteger os direitos da família tradicional, mas faz criticas aos homosexuais https://www.facebook.com/teropiniaonaoecrime?fref=ts



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