segunda-feira, 26 de maio de 2014

Praia do Siqueira em Cabo Frio vive dias de terror

Quiosques da Praia do Siqueira permanecem
vazios durante os confrontos
Medo. Essa palavra descreve o sentimento da população de Cabo Frio, principalmente dos moradores do distrito da Praia do Siqueira, lugar onde o terror tomou conta na segunda semana de Maio. O distrito que é dividido pela Avenida América Central entrou em caos na terça-feira (13), dia em que Ricardo, conhecido como Chica, foi morto em um confronto entre traficantes e policiais.

O lado esquerdo da Praia do Siqueira chamado de favela há muito tempo é conhecido como ponto de tráfico. Esse fato provocou troca de tiros que ocasionou um grande reboliço em todo distrito. A população ficou amedrontada e por sugestão da polícia, os moradores não saíram de casa. Para Karine
Foto Arquivo Pessoal
Viera foi uma semana de terror, já que precisa trabalhar e tem três filhos pequenos. “A situação ficou muito tensa mesmo. Não teve aula durante dois dias na escola dos meus filhos porque a direção ficou com medo das crianças andarem pelas ruas” conta a Karine que é professora e também não para a escola dar aula na quarta- feira. Segundo a moradora os piores dias foram na terça e quarta. “Na terça houve bastante tiroteio por aqui, foi o dia em que o Chica morreu, e na quarta, na hora que o corpo foi enterrado teve bastante tiro e muitos fogos” relata a professora acrescentando que toda a família ficou com medo de sair até para ir na padaria.

Os moradores afirmam que a situação ficou tensa no lado da “favela” e que no lado da lagoa estava mais tranquilo, mas ainda assim o terror tomou conta.  De acordo com Robinson Corrêa, dono de quiosque na beira da lagoa, o comercio ficou completamente vazio. “Nesses dias ninguém teve coragem de ficar sentado aqui como de costume. Em dias normais muitas famílias vem para cá curtir o pôr do sol, mas essa semana eu vendi três refrigerante, é difícil de acreditar, mas foi verdade” desabafa o comerciante dizendo que daqui a pouco tempo tudo vai voltar ao normal.

 
Arquivo Pessoal 
Segundo Ana Riscado, moradora do “lado esquerdo” do distrito, o clima ficou pesado nas ruas que começaram a ser escoltadas por policiais. “A gente vê um policial em cada esquina, para a gente é muito estranho porque aqui sempre foi muito tranquilo, muitas crianças brincando na rua, mães com bebê no colo passando; e agora não vemos isso mais” explica a moradora. Ana conta ainda que os comércios não abriram. “O mercado aqui perto não abriu, a gente não tinha nem aonde comprar comida” diz Ana contando que a filha pequena ficou três dias sem ir para a escola por causa do caos.


Por Maria Antônia Casarões, Paula Zózimo e Juliana Rodrigues

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