quarta-feira, 23 de abril de 2014

Ipea emite erata sobre a pesquisa “Tolerância social à violência contra as mulheres”


Após publicar a pesquisa que afirmava que 58,5% de 3.810 pessoas entrevistadas concordavam total ou parcialmente que Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas, o Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) publicou, no dia 04 de abril, um pedido de desculpas e afirmando que ocorreram dois erros na publicação dos resultados da pesquisa. Em nota, o Instituto admite a relevância do seu erro e o justifica afirmando que o erro foi “causado pela troca dos gráficos relativos aos percentuais das respostas às frases Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar e Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.

Segundo o Ipea, o resultado correto após corrigido o erro seria a concordância parcial ou total foi bem maior com a primeira frase (65%) e bem menor com a segunda (26%)”, como mostra abaixo o gráfico produzido por eles.

Mulher que é agredida e continua com o parceiro gosta de apanhar (Em %)
140404_grafico_1.png
Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas
(Em %)

140404_grafico_2.png
O diretor da área de Estudos e Políticas Sociais, Rafael Osório, pediu exoneração do cargo após o erro ter sido percebido.

Porém, antes do surgimento da errata, muitos especialistas já afirmavam que haveriam erros na metodologia aplicada na realização da pesquisa, na contradição dos resultados e na formulação das perguntas.

Em reportagem realizada pelo site Exame.com, publicada no mesmo dia da errata, especialistas já pontuavam erros presentes nas pesquisas, destacando o problema na metodologia da pesquisa, a existência de contradições nos resultados e erros na formulação das perguntas.

Em relação à metodologia de pesquisa, Adolfo Sachsida, economista que já trabalhou na Diretoria de Macroeconomia do IPEA, gravou um vídeo no youtube (link: https://www.youtube.com/watch?list=UUdivG5uywW1-UHNG5NGpExQ&v=Eai83tWBFVU) onde afirma que não só nessa, mas como em outras pesquisas realizadas pelo Ipea, o modelo de pesquisa é ineficiente. E mostra que “Quando você faz uma pesquisa aleatória, mais ou menos a participação de cada grupo dentro da mostra tem que corresponder à participação desse grupo na população em geral”.

Por Jaline Brito :: UVA PASSA

                                                                                                            


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