Após publicar a pesquisa que afirmava que 58,5% de
3.810 pessoas entrevistadas concordavam total ou parcialmente que Mulheres que usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas, o
Ipea (Instituto de Pesquisa Aplicada) publicou, no dia 04 de abril, um pedido
de desculpas e afirmando que ocorreram dois erros na publicação dos resultados
da pesquisa. Em nota, o Instituto admite a relevância do seu erro e o justifica
afirmando que o erro foi “causado
pela troca dos gráficos relativos aos percentuais das respostas às frases Mulher que é agredida e continua com o parceiro
gosta de apanhar e Mulheres que
usam roupas que mostram o corpo merecem ser atacadas”.
Segundo o Ipea, o resultado
correto após corrigido o erro seria a concordância parcial ou total foi bem maior com a primeira
frase (65%) e bem menor com a segunda (26%)”, como mostra abaixo o gráfico
produzido por eles.
Mulher que é agredida e continua
com o parceiro gosta de apanhar (Em %)

Mulheres que usam roupas que
mostram o corpo merecem ser atacadas
(Em %)
(Em %)

O diretor da
área de Estudos e Políticas Sociais, Rafael Osório, pediu exoneração do cargo
após o erro ter sido percebido.
Para conferir, na integra a errata
do Ipea, acesse o link: http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=21971&catid=10&Itemid=9
Porém,
antes do surgimento da errata, muitos especialistas já afirmavam que haveriam
erros na metodologia aplicada na realização da pesquisa, na contradição dos
resultados e na formulação das perguntas.
Em
reportagem realizada pelo site Exame.com,
publicada no mesmo dia da errata, especialistas já pontuavam erros
presentes nas pesquisas, destacando o problema na metodologia da pesquisa, a
existência de contradições nos resultados e erros na formulação das perguntas.
Em
relação à metodologia de pesquisa, Adolfo Sachsida, economista que já
trabalhou na Diretoria de Macroeconomia do IPEA, gravou um vídeo no youtube
(link: https://www.youtube.com/watch?list=UUdivG5uywW1-UHNG5NGpExQ&v=Eai83tWBFVU) onde afirma que não só nessa,
mas como em outras pesquisas realizadas pelo Ipea, o modelo de pesquisa é
ineficiente. E mostra que “Quando você faz uma pesquisa aleatória, mais ou
menos a participação de cada grupo dentro da mostra tem que corresponder à
participação desse grupo na população em geral”.
Por Jaline Brito :: UVA PASSA
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