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de seus autores, não representando a opinião do site.
POR AUGUSTO DE CARVALHO
RIO DE JANEIRO – Atual diretor
executivo da AC Comunicação Integrada. Formado em Comunicação Social –
Jornalismo, pela Universidade Gama Filho.
Estamos realmente vivendo
tempos revolucionários, principalmente para os nascidos nas décadas de 60, 70 e
80. Lembro que quando iniciei minha carreira de jornalista, ainda na faculdade,
em 1982, escrevíamos em máquinas manuais, em seguida em elétricas. As consultas
aos fatos eram feitas através de pesquisas em bibliotecas, jornais impressos e
testemunhos. Tudo era apurado nas ruas e os furos de reportagem eram um marco
para o profissional que sabia preservar suas fontes e mantê-las as sete chaves.
A informação não vinha até a gente, íamos em busca dos fatos.
Hoje somos todos responsáveis
pela informação. A internet popularizou e fez o mundo olhar para todos os lados
em tempo real. Aos jornalista cabe agora contar os fatos e reunir as
informações propagadas na rede, checando a veracidade. Não existe mais o furo e
sim quem melhor sabe dar a notícia. É a globalização tão falada! Quando menos
esperamos cai na rede e se propaga nas mídias sociais.
Na década de 90 jovens da
contracultura, ideologicamente engajados em uma utopia de difusão da
informação, contribuíram decisivamente para a formação da Internet como hoje é
conhecida. A tal ponto que o sociólogo espanhol e estudioso da rede Manuel
Castells afirmou no livro” A Galáxia da Internet” (2003) que a ferramenta é,
acima de tudo, uma criação cultural. Hoje somos mais de dois bilhões de pessoas
navegando e trocando informação, conhecimento ou simplesmente relacionando-se.
No Brasil, os primeiros
embriões surgiram em 1988. Mas só em 1997, pela falta de infraestrutura, conseguiu-se
ligar, através de fibra óptica, 27 estados brasileiros. De lá para cá, entramos
definitivamente para o mundo globalizado. Os veículos de comunicação tiveram que
se adaptar rapidamente e suprir as novas necessidades da sociedade. Muitos
conseguiram, mas outros sucumbiram.
A nova maneira de informar é
tão rápida que não dá tempo ao ser humano digerir tudo. O fato está provocando
novas doenças neurológicas (pânico, fobia e depressão), mas só o tempo dirá
onde irá parar esse boom tecnológico. O que isso irá provocar nos jovens de
hoje. Uma coisa é certa, muitos já não sabem mais escrever, só conhecem o
teclar.
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